20130322

opinião > PAULO RAMALHO

NOVO DESAFIO DOS MUNICIPIOS:                                 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL
Durante os últimos trinta anos, o principal esforço dos Municípios portugueses foi essencialmente direccionado para a construção de infra-estruturas, designadamente, de redes de saneamento, de abastecimento de água, de estradas, bem como de equipamentos no domínio escolar, desportivo e de habitação social. Em nome deste desiderato, amplamente concretizado, se decidiram muitas eleições e se construiu uma boa parte dos passivos das nossas autarquias...
Mas esta realidade pertence já ao passado.
Hoje, sem os recursos financeiros de outrora, um novo desafio se coloca aos Municípios: o do desenvolvimento sustentável dos seus territórios. Em que os investimentos a realizar não terão tanto a ver com a expressão “edificar”, mas mais com a expressão “promover”. E em que a qualidade de vida dos cidadãos e das famílias, serão o fundamento de todas as prioridades.
Assim, o modelo de gestão autárquica dos próximos anos terá de assentar necessariamente numa racionalização mais eficaz dos recursos, mas acima de tudo, numa orientação estratégica e qualificada de planeamento e promoção do território, capaz de atrair investimentos que acrescentem valor, designadamente em termos de criação de riqueza e emprego. E consequentemente, num novo compromisso na relação entre o público e o privado, assente por um lado, numa maior cooperação e co-responsabilidade, mas também numa regulação mais transparente e eficaz. O que tudo vai gerar uma enorme competição territorial, em que a ambição, a ousadia, o empreendedorismo e a inovação, serão com toda a certeza, factores desiquilibradores. E em que a sociedade civil, as suas instituições e empresas, vão assumir um papel cada vez mais importante.
O que não significa que a qualidade das infra-estruturas e dos equipamentos disponíveis no território não sejam também geradores de atracção. Sucede é que, por si só, pelo simples facto de existirem, não serão capazes de aportar sustentabilidade. Sem postos de trabalho, dificilmente existirão pessoas, e sem produção de riqueza, não haverá pagamento de impostos.
Sendo que os Municípios que perceberem desde já, a importância da qualificação dos recursos humanos e das suas instituições, a importância de uma sociedade civil mais exigente e preparada, a importância de uma cooperação mais efectiva entre o ensino (e o conhecimento cientifico) e o tecido empresarial, a importância de acções que promovam o desenvolvimento económico, e por outro lado, que a competição que os espera não se limitará ao espaço do território nacional, mas fruto desta era da globalização e interdependência, se irá afirmar também no plano internacional, partirão necessariamente em vantagem…
Daí que a aposta em políticas municipais de desenvolvimento económico, que integrem uma estratégia de internacionalização do seu território, das suas instituições e empresas, nos pareça cada vez mais, um caminho a trilhar…pelo menos, para aqueles municípios que pretendem integrar o pelotão da frente.

PAULO RAMALHO
Conselheiro Nacional do PSD
Presidente da Mesa da Assembleia de Secção do PSD/Maia

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