20111010

opinião > SANDRA RODRIGUES

Companheiras e companheiros


Há quase 40 anos, Portugal implantou um regime democrático… após várias décadas de ditadura.
Comemoramos, na passada 4.ª feira, o início do 2.º centenário da instauração da república… temos aqui… nas palavras de esperança do nosso Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, um bom ponto de partida para a mudança!


Portugal vive momentos de crise:
- após décadas de desperdício;
- desaproveitamento de oportunidades;
- governações sem rumo;
- recursos esbanjados.

O Projecto Europeu, do qual fazemos parte, está a ser testado… a todo o instante e momento… a Europa está numa encruzilhada!
Ninguém sabe muito bem… que caminho deverá ser traçado… mas, uma coisa é certa… já não nos é possível reescrever a história, nem voltar ao início… já não nos é possível recuperar o tempo perdido!
Para além de não sabermos muito bem como irá ser o futuro… desacreditamos de soluções rápidas e eficazes…

Resta-nos ganhar forças… olhar para o futuro com persistência, espírito de sacrifício, trabalho… e tomar o comando do país, porque ninguém o fará por nós!

Todos nós cidadãos contribuintes, ou co-cidadãos (expressão que também muito me agradou e que foi proferida pela jovem maiata, nas comemorações do passado 5 de Outubro), devemos… temos o direito de conhecer o modo de utilização dos recursos públicos… e devem-nos ser dadas todas as garantias de que existem instrumentos eficazes do seu controlo responsável com rigor e exigência. Este é o princípio do consentimento – pedra angular da legitimidade democrática.
Temos hoje, um país soberano e endividado… um país com todas as características de um Estado-Providência europeu e por isso… um país que convergiu institucionalmente… mas não economicamente…
Temos hoje, um país que nunca conseguiu um equilíbrio entre a despesa pública e o crescimento económico.

A despesa pública foi expansionista, de forma ininterrupta desde 1974!!!

… é este fato que me consegue calar, quando outras vozes se levantam, e dizem que todas as governações desde 1974 têm grande responsabilidade no actual estado da nação!

Conseguem calar-me… mas não me conseguem convencer!

O PS e o PSD são evidentemente partidos diferentes, apresentam as suas dicotomias próprias, naturais, normais… o grande problema desta conhecida sequência governativa esteve sempre nas antinomias!

O grande problema esteve, sempre, no fato do PS fazer questão de «colocar ao barulho» todas as áreas económico-sociais levando-as para a arena política… e fazendo delas e com elas uma má política:
- uma política do contra quando sucedia ao PSD;
- uma política do deita abaixo quando ocupava a oposição;
- e mais recentemente, uma política da aparência, da imagem, do «faz de conta que faz» e do «faz de conta que está tudo bem»!

Tivemos uma equipa governativa que chegou ao ponto de ter em conta que «o que não se publica, o que não se regulamenta, o que não se decreta, não existe»…
Para estes políticos o que importou foi fornecerem à sociedade:
- tudo aquilo que criava grande impacto;
- tudo aquilo que suponha grande espectáculo… ao ponto de… temerem mais os meios de comunicação social do que a própria consciência… tal era a hipertrofia da imagem!

Nesta conhecida sequência governativa… também a EDUCAÇÃO foi vítima das políticas do contra, das políticas do deita a baixo e das políticas da aparência… mas foi entre estes 2 opostos que se foi construindo o nosso sistema educativo.
Apesar de tudo isto, não tenho uma visão catastrofista da educação em Portugal, muitos avanços foram conseguidos desde a década de 60.

O problema… o grande problema das políticas do PS na educação esteve sempre em:

- encarar a diversificação curricular e até a institucional como sendo estruturas de 1.ª e 2.ª categorias… como sendo geradoras de desigualdade social, e por isso discriminatórias…
É inconcebível impor estruturas, percursos escolares, ritmos de progressão e tabelas de resultados idênticos para todos os alunos…
Acredito que o nosso ministro da educação vá promover um ensino e formação de qualidade para os jovens portugueses, porque a equidade e a qualidade devem andar a par… o seu pensamento tem por base «dar o máximo a cada um em vez de dar o mínimo a todos».
Acredito que vá romper com a racionalidade técnico-funcionalista da escola, com a escola homogeneizante, centralista, estatista e rígida.
O pensamento do Nuno Crato «rompe» completamente com as políticas educativas implementadas pelo PS: a cultura do facilitismo, da burocracia e da pedagogia exagerada.
A acção de Nuno Crato… essa não será nada fácil… poupar 195 milhões de euros com a educação, pela aplicação das medidas inscritas no memorando da troika… exigirá de toda a equipa ministerial uma permanente procura de soluções inteligentes!
Fosse o nosso sistema educativo um modelo matemático, e teríamos com Nuno Crato uma forma simples, concertada e integrada de lhe solucionarmos todos os problemas… mas a verdade é que não o é… é um sistema dinâmico por natureza!
E termino com uma frase de Hannah Arendt, de apoio e incentivo à tarefa de Nuno Crato e toda a sua equipa: «A crise apenas se torna catastrófica se lhe respondermos com ideias feitas, isto é com preconceitos!».

Bem-haja Nuno Crato!
Bem-haja toda a equipa governativa!

Viva o PSD!
Viva Portugal!

Sandra Micaelo Rodrigues

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